sábado, 29 de outubro de 2016

TRINTA DE OUTUBRO


  https://www.youtube.com/watch?v=6z82w0l6kwE
  https://www.youtube.com/watch?v=MD6xMyuZls0
  https://www.youtube.com/watch?v=QUCsk7KToMM 
[selecionar um de cada vez e "ir até"]

a vida não deixa lacunas
é sonho na distância do tempo
ficção no dia-a-dia implacável da realidade
dissipa-se se o quiseres
em quadros efêmeros
mas é luz se não a perdermos 
em desolados instantes passados

a casa de minha infância lá distante 
ainda é eco de fantasia em "Traumerei"
Schumann reflexivo e melancólico
mas imprevisto e saltitante 
na alegria pianística de Paganini-Liszt 

solene sonora é a expectativa em "Hammerklavier"
Beethoven na força de ouvir o próprio gênio

mas meu coração é um  pensamento feito de saudade
em sons que ouço apaixonado
em notas conhecidas da memória
de Benedicta minha mãe 
no devaneio que me deu vida 
sentidos e o ilimitado sonho  

Rio, véspera do 30 de outubro de 2016

[www.poemasinconjuntos.com.br]

terça-feira, 25 de outubro de 2016

BROA (uma tradução)





o inexorável tempo não nos separa
a vastidão das distâncias ao contrário nos une

na imobilidade infinita
desta pedra
que nós nos somos

(eu mesmo, em "Familia" )
não
nada do acaso
a nossa vinda a Broa é testemunha
de uma viagem que não terminou
mas um cenário vigoroso construído por nós
para reviver nossa história
criação de nossos antepassados
presentes
e fizemos dias de lembrança
na trilha de um caminho a seu convite
para um invisível abraço
nunca uma ilusão

não canto sem razão
essa fábula é nossa história
um pressentimento de todos
que ouviram nossas lendas
no gotejar do tempo

não sabemos o que o futuro nos reserva
ao coração e ao mundo
todavia conservamos um sentimento
memória do sol que nos aquece
não em sonhos imersos
mas no caminho real de cada vida

essa Luz haverá de nos conduzir

"aonde murmure eterna a água da juventude
[...] mas uma coisa nos afiance,
pai, e será: que um pouco do teu dom
seja, e para sempre, repassado às sílabas
que em nós, abelhas zumbindo, levamos.
Longe iremos e levaremos um eco da tua voz,
assim como se recorda do sol a erva sem cor...”
[Ossos de Sepia - Eugenio Montale]

BROA (uma tradução)





o inexorável tempo não nos separa
a vastidão das distâncias ao contrário nos une

na imobilidade infinita
desta pedra
que nós nos somos

(eu mesmo, em "Familia" )
não
nada do acaso
a nossa vinda a Broa é testemunha
de uma viagem que não terminou
mas um cenário vigoroso construído por nós
para reviver nossa história
criação de nossos antepassados
presentes
e fizemos dias de lembrança
na trilha de um caminho a seu convite
para um invisível abraço
nunca uma ilusão

não canto sem razão
essa fábula é nossa história
um pressentimento de todos
que ouviram nossas lendas
no gotejar do tempo

não sabemos o que o futuro nos reserva
ao coração e ao mundo
todavia conservamos um sentimento
memória do sol que nos aquece
não em sonhos imersos
mas no caminho real de cada vida

essa Luz haverá de nos conduzir

"aonde murmure eterna a água da juventude
[...] mas uma coisa nos afiance,
pai, e será: que um pouco do teu dom
seja, e para sempre, repassado às sílabas
que em nós, abelhas zumbindo, levamos.
Longe iremos e levaremos um eco da tua voz,
assim como se recorda do sol a erva sem cor...”
[Ossos de Sepia - Eugenio Montale]

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

BROA

                                                                                       


o inexorável tempo não nos separa
a vastidão das distâncias ao contrário nos une
na imobilidade infinita
desta pedra
que nós nos somos

(eu mesmo, em "Familia" )



não
nada do acaso
a nossa vinda a Broa é testimonianza
di un viaggio chi non é finito
ma un scenario vigoroso fatto da noi
per far vivere ancora nostra storia
creazione da nostri antenati
presenti 
e fizemos dias de lembrança
na trilha d'un sentiero con loro invito
a un invisibili abbraccio
nunca uma ilusão

não canto sem razão
essa fábula é nossa história 
um pressentimento de todos
que ouviram nossas lendas
no gotejar do tempo 

não sabemos o que o futuro nos reserva
ao coração e ao mundo
tuttavia conservamos um sentimento
memória do sol que nos aquece
não em sonhos imersos
mas no caminho real de cada vida 

essa Luz haverá de nos conduzir 

"dove mormore eterna l'acqua di giovinezza
[...] pur di una cosa ci affide, 
padre, e questa è: che un poco del tuo dono
sia passato per sempre nelle sillabe
che rechiamo con noi, api ronzanti.
Lontani andremo e serberemo un'eco
della tua voce, come si ricorda
del sole l'erba grigia..."

[Ossi di Seppia - Eugenio Montale]


Rio, 24 de outubro de 2016

[www.poemasinconjuntos.com.br]

domingo, 2 de outubro de 2016

DIA DE TEUS ANOS





para Maria Luiza




o sol sempre desponta nos teus anos
brilha a vida
acalenta os sonhos 
que pelos tempos sonhamos
escrevo para que saibam
do rio fluente que somos
sob tua condução
penso em ti sinto meus filhos
amo meus netos
que trouxestes plenos de amor
é nosso o tempo
ainda
isso basta


Rio, 02 de outubro de 2016