sábado, 14 de novembro de 2009

MANHÃ DE SOL





encosta teu ouvido aqui nesta janela
e ouça o mar

deixa-te estar
sem nada perguntar

nada penses

ouves as ondas ?
ouves seu derramar macio na areia branca?
soam suaves o sussurar da brisa
em pele molhada


escuto o mar
e me sugere o vento

arroxeado o céu clareia
logo é puro azul

a manhã em fogo do verão
respira espaço
e ganha corpos torneados
sensual
em Ipanema

*


a paz tem esse sossego
dos pequenos rumores da manhã
acelerada nos passos dos rapazes
em corridas matinais

o sol não tarda e queima
peles em cor de mel
e o Rio acorda
para o gozo do prazer

Rio, novembro de 2009





ILUSÃO









no caminho recusei desvios
fugi de vários destinos
vários fados disfarcei

entre mim e o tempo há um descompasso
ele passou adiante de mim

enganei-o não sou eu mais que estou
sou o outro que o enganou

o meu passado voltou
e no presente ficou

da ilusão e da esperança vivo
alimentando o desejo
de não deixar prevalecer o destino


Rio, novembro de 2009