domingo, 6 de março de 2011

AMIGO







o amor fica esquecido
no adereço deixado
do beijo mais que fingido
naquele enredo pensado

o sonho levo comigo
do desejo então sentido
de amar e ser amado
e ser mais que teu amigo

Rio, março de 2011




FINGIMENTO








ah como eu queria
de verdade o teu querer
nos carinhos que fazias
do amor que bem fingias
sem nunca jamais o ter


Rio, março de 2011





CARNAVAL







nem sei o que pensas
quando passas
no bloco das mulatas
nem me vês
talvez lembre as ofensas
do amor que faliu
nos beijos que não dei

de vingança não te olhei
mas bem sabes que te sigo
na bonança e na desgraça
dos dias de carnaval

[refrão, se for o caso]

se pensas
não sei
o que sinto digo mal
ainda é carnaval


Rio, março de 2011





BATERIA








soam surdos
o canto das cuícas
estridentes sons da bateria

não sei que longas tristezas
dançam loucas
o ser feliz necessário da alegria

belezas
de arlequins e colombinas
em nova rouparia


Rio, março de 2011





FOLIA






a chuva chora os dias de folia

loucuras louras

morenos cantos

felizes de cantar

que existem

e o amor de alguém

que já passou

até em cinzas tudo acabar



Rio, março de 2011




GAIVOTAS







gaivotas no horizonte cinza
de um mar que já foi azul
cantam em seu pio triste
um refrão de carnaval

Rio março de 2011