quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

PAST







late tonight we will come back
to past times to our loved ones
for a little moment they will be taken aback
to find us never asking why

it seems that past lasts
and past is future
and life's joy



Rio, 31 de dezembro de 2009



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

NEW YEAR





NEW YEAR


Late remembrances filling our last night,
leaving last year at last past,
in our present life.
Early flowers
in the spring next,
good feelings that aim at Peace.

fmperri 2009

TRADUÇÃO LIVRE

ANO NOVO

Lembranças tardias completam a última noite,
deixando o passado finalmente passado
em nosso tempo presente.
Flores primeiras
da primavera que se aproxima,
bons sentimentos que desejam paz...

fmperri2009




quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FIM DE TARDE





"felicidade é um fim de tarde olhando o mar"
[de novo o mote filosofal]





colher o dia é ser feliz
ao fim da tarde
diante de tão largo mar

o presente é já passado
no instante de viver
e o barco navegando
sonha a tarde de sonhar
e o homem enamorado
é gaivota
na alegria de amar


Rio, dezembro de 2009







terça-feira, 22 de dezembro de 2009

É AZUL O AMOR







amanhã chegará a alegria
do olhar suave e olhos ternos
azuis como o amor que irradia

juntos estaremos
tu e eu eu e tu
menina de meus dias

gesto e gentileza
que em tua ausência recordo cada dia

enamorado
de mãos dadas sorrirei
a caminhar diante deste mar
também azul
que me traz a tua graça para amar

ao sol
o velho e a menina
no carinho desse bem...



Rio, 22 de dezembro de 2009



domingo, 20 de dezembro de 2009

CANTO DE LUZ









bendita a manhã e o sol que a acompanha
o tempo acaba acaba o dia finda a hora
mas o instante deste hoje perpetua
o que não pode acabar
minha alegria
sinto isso porque sei que a vida tua
brilha luzidia

bendito dia pois de quantos vi este irradia
o amor que sinto
com o sol e a luz presente ainda a lua
por ti não minto

quantos anos se passaram
passei-os eu sem tua companhia
mas hoje canto com razão
o que me diz o coração

bendito instante em que me sento
no limiar deste verão
e escrevo versos
no alento
de dizer que canto com razão

Rio,18 de dezembro de 2009




sábado, 19 de dezembro de 2009

UM CANTO






não sei mas não descanso do sonho

nem desperto nem no sono

e não me furto de viver o mundo

há nisso paz e meu tormento

obra incompleta de meu Feitor divino

não sou outro sou eu mesmo

e tenho um nome

que ninguém pergunta

nem me responde

nesse tributo que se Lhe pagam

meus sentidos

se de humano um sentimento

levo comigo

na sombra em movimento

de mim comigo

será o outro a quem cantar

viveu comigo

nada é confuso tudo é claro

que o uso dos sentidos

me mostrava

do aqui e do agora

desse viver que me enriquece

enquanto a distância do meu ontem

em nada me enganava

essa noite anunciada em que sonhava

intuição do que se foi

na ilusão de meus sentidos

era o desejo de olhar

o percebido


alguém dizia da poesia

necessidade


divagação do fio a conduzir o tanto

que ouso tentar

do valor da vida

em projeções de meu futuro no passado

incompreendido

mas não sofrido

e tudo vejo no pensar que a vida dá

sobre o mar e sobre a pedra

do outro em quem me fixo

e como alma me dedico

nessa vida só corpórea

porque o ver é já memória

do que ontem foi história

do presente entre nós

que aqui há

nem amor nem desejo nem inveja

nem o ciúme corroído

podem negar o já vivido

ah em lugar do pensamento já perdido

nenhuma sombra me deslumbra

nem a voz nem o ruído

do meu olvido

só o presente me alumbra

improvável doce engano

da voz ouvida

sem jamais ser entendida

ah o desengano da partida

ah a percepção de despedida

ah feliz canção

do que foi razão de ser razão

transformada em coração

em fim de vida

chego ignorado ao meu destino

sem me de mim apiedar

ficam brasas

a brilhar

atravessando o tempo

sem tempo

desse saber sempre divino

desconcertado

com o fim de tudo

só por mim apercebido

Rio, dezembro de 2009



CORES








nem é cor o azul
é amor
e o verde da esperança?


Rio, dezembro de 2009




domingo, 13 de dezembro de 2009

AMIGO



Felicidade é um fim de tarde olhando o mar
[F.Delfino, filósofo rubronegro]



amigo
nada devo à vida

nunca sei se vou ficar
nem o que me espera amanhã
loucura
de querer compreender

ensina-me ensina-me que fazer
dessa lembrança que dói

existo e é pouco o que desejo
azul? azul é o mar
feliz ao entardecer

amigo é para ficar
mesmo quando partir


Rio, dezembro de 2009






sábado, 12 de dezembro de 2009

OLVIDO







fui jovem
tenho medo de lembrar
a alegria de o ser

não sei como cheguei
- por onde
que trilha que estrada que mar? -
ao que me tornei

não esqueço as horas claras
os beijos as noites
onde momentos foram deuses

sei bem que vivi
sei cada palavra dos gestos que tentei
mas agora percebo só o rumor
de meus passos incertos

de tudo muito pouco resta
nada é acaso
quase sempre sei que sou eu

como um vestígio
de repente é silêncio

e toma-me conta
a pura memória de haver vivido
o que é olvido

Rio, dezembro de 2009





ENCANTO







gastamos tudo gastamos as palavras
gastamos até mesmo o segredo
do que poupamos
mas não me esqueço de ouvir
o som do mistério
que nos aproximou
porque a lembrança é forma consciente
de reviver

conto-me passagens das horas tantas
azuis como o mar grego
verdes como teu olhar

de vez em quando um verso quer revelar
o que jamais disse
mas ponho-me a voar
sobre o que não mudou
e o desejo já não dói
porque permaneceu

se tu soubesses como amo as palavras que não digo
o que nada é capaz de dizer
de meus pensamentos vagos na imensidão do passado
se eu pudesse reproduzir o retrato que trago na moldura vazia
de minha vida inteira
talvez eu falasse de alegria

foi possível viver sem morrer
o sentimento denso
que meus olhos vêem
mas não revelam
no inútil esforço de lembrar
o que não foi
porque não me soube dar

olha - serei eu feliz em dizer? -
ainda sou o mesmo homem que sucumbiu
aos teus encantos que deixei levar o vento...


Rio, dezembro de 2009




sábado, 5 de dezembro de 2009

DRUMMONDIANA


[para Maria Luiza]

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

I

o mal profundo

de meu exílio

foi ter vivido

II

o que tem sido

não me confunde

é bem tangível

e tem sentido

III

coisas lindas

trás no passado

presente ainda

logo findarão

IV

o sem sentido

ou o que sinto

não serão ilhas

de negação

VI

as coisas lindas

muito mais que findas

sempre ficarão

Roma, fevereiro de 2003.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

LIMIAR






escrevo para saudar o verão
dou vivas ao sol
que chega para ficar

não falo do tempo
nem Chronos nem clima
nada posso fazer

mas o calor da areia
é o presente
presente que vem do mar

só o presente
o passado nada me dá
pertence ao que já não vivo
viveu só de passar

não imagino o futuro
não sei se virá
nem mesmo se durará


Rio, limiar do verão de 2009