...para contrariar Álvaro de Campos...
por quê não hoje
se o sol brilha
e o verão me acalenta o coração
o momento é agora
que a tristeza se foi
e nada me dói
o entardecer vem com e a brisa fria do mar
e me penetrará
depois só sombras me encobrirão
por quê deixar livre o tempo
que não volta mais
caminhar é preciso
agora
à frente sempre à frente
para sentir o tempo corrente
e o sonho ser meu
viver é não fingir a hora imaginária
fazer a história viva
a luz e todo o brilho que traz
há-de ser hoje
por entre a brisa e o vento
e a saudade atual
de nada deixar passar
por quê não hoje
que ouço bater o coração
e sinto o pulsar do desejo
e a força que a alma tem
sim
há-de ser hoje
e não depois de amanhã
Rio de Janeiro, outubro de 2017.