quinta-feira, 18 de setembro de 2025

MAR

 

mar que encanta me faz delirar
sobre tesouros resultado
do mar a navegar
Arpoador dourado ao fim do sol
resume a vida
do azul e ilhas repousantes
tornando o horizonte distante
a curiosidade do sonho
do que deve haver adiante
é meu sonho ver passar navios
e suas velas brancas
sensação de um sopro e um apito
o perigo atrás da reta linha
delícias de África
o mundo todo que me vê passar
o delírio azul do mar
como se tudo fosse
tudo a resumir meu mundo
Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2025

ESPERA?


Dizem os céus que ser velho e amar
nada tem de natural
tudo é tão breve que negligenciar o tempo passando
seria sandice maior

mão aqui onde estou aos 84 anos
não esquecerei as dádivas da vida
e viverei a alegria contida do tempo
que passa fugaz e frio

trata-se de alcança-lo se possível
correr atrás do vento
das nuvens no céu que se transformam
amar o azul e sonhar com o verde
que em camadas de espuma me tocam os pés

não não é o céu que espero
mas as derrotas da terra que me fascinam
e seguirão no amor sem fim no suspiro
que ainda respiro do que me lembro
e busco repetir
meus dias gozarão o sonho

Rio de Janeiro, 19 de setembro de 2025

www.poemasinconjuntos com.br











DESTINO

  

sei bem do meu destino
e o que espero dele é ser livre
mais nada pedirei na vontade de ser homem
no desejo de ser eu

cumpro bem o meu destino aos 84 anos hígidos
e vagabundos
na nostalgia do que não fui
por não ter conseguido ser

a verdade é que não resta tempo
para usufruir a liberdade
que almejei mas insisto em viver
quem sabe ela me vem
e não poderei resistir porque a pedi

ser homem ou velho
nuca foi uma opção
apenas me iludi com a sucessão
e o tempo implacável passou

não me esqueci de meus sonhos
em paz com o que sou
era o meu destino
e cá me encontro a sonhar

não me deslembro do que passou
sei que os dias sucedem a noite
e na noite não morrerei
sou do sol e no sol desaparecerei


Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2025.

www.poemasinconjuntos.com.br,

Navegando estou

 


não estou só no mundo

outras vontades, outros amores
mas insisto em namorar estrelas
dádivas do céu
o que tenho está tudo em mim
com o sentido de me pertencer e definir
a alma me preenche o corpo
tudo que em mim conheço
nada devo exceto o dever de dever
exceto o exceto
que me persegue como perseguido sou
mas o que sinto só eu sinto
e caminharei namorando estrelas
por areias molhadas de ondas salgadas
enquanto os que não me querem
olham me como jovem ainda
por zelo aceito
Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2025