quarta-feira, 31 de outubro de 2012

IMPROMPTUS


penso na pergunta que não quer calar
mas sem resposta 
na lembrança da alegria de tantas mágoas

no belo feio de meus tantos anos
passado de cuidados do futuro
do amanhã na véspera de ontem

tudo é tempo
pedra ancorada no vagar do sempre
que não será se estou aqui
a cogitar do lá
em si maior
sem fugir de mi [menor]

Rio, outubro de 2012















MINHA JANELA


seis horas da tarde de um dia que se vai sobre os dois irmãos
e eu contemplo o fim laranja em segundos
sem terceiros para a beleza do que suponho
o paraíso último de tantos círculos
de um calendário saltante de minha janela
aberta ao contrário para o amanhã
e as ilhas solidárias em arquipélago
só para não ficar sós 
Cagarras cruéis à distância do farol da barra
ilha iluminada para perdidos na solidão do mar

de minha janela pulsa vida lá e cá


Rio de Janeiro, outubro de 2012