o mar diante de mim se apodera
do pensamento errático que aflora
uma a uma as ondas se apequenam
espalham-se grisalhas pela areia
tudo que me toca é o sentimento
do inviolável fado
esse mesmo que em impiedoso me condena
a poucas coisas em poucos dias quase nada
não será orgulho mas delírio
olhar em frente e confrontar o espaço
esquentar o sol enxugar o pranto
cerrar os olhos e esperar o tempo
Rio da pandemia, novembro de 2020