lua alta sobre pedra rasa
prata no mar
noite de equívocos
sob o luar que me cega
estrelas imaginárias
a quem confesso o que sou
sem jamais ter sabido se fui
pedra quase rasa
batida do mar
posso chamar-te assim
[saudade]
desde que te encontrei
senti que tu me encontravas
enquanto fugia
dirás é tempo ainda
o que não é
mas fantasia
pensar é desejar ter
o que já foi
mas não é mais
lágrimas derretem o espelho
sou assim
no que é noite às vezes
sem alegria
lamento ultrapassado sobre a pedra
onde chora o mar
no torpor que me tomou o tempo
um sonho me doía
estrangulado
lua alta sobre pedra rasa
o tempo consumido
rio que corre para o mar
dói
Rio, maio de 2012.