sexta-feira, 4 de maio de 2012

LUA ALTA SOBRE PEDRA RASA



lua alta sobre pedra rasa
prata no mar


noite de equívocos
sob o luar que me cega
estrelas imaginárias
a quem confesso o que sou
sem jamais ter sabido se fui


pedra quase rasa 
batida do mar


posso chamar-te assim
[saudade] 
desde que te encontrei 
senti que tu me encontravas
enquanto fugia


dirás é tempo ainda
o que não é 
mas fantasia


pensar é desejar ter
o que já foi
mas não é mais


lágrimas derretem o espelho 
sou assim
no que é noite às vezes
sem alegria


lamento ultrapassado sobre a pedra
onde chora o mar


no torpor que me tomou o tempo
um sonho me doía
estrangulado


lua alta sobre pedra rasa
o tempo consumido
rio que corre para o mar
dói


Rio, maio de 2012.