sábado, 25 de outubro de 2008

VÉSPERA








melancólica véspera do nada
bem guardada na ante-véspera da solidão


Londres, outubro de 2008

VERDADE



ergui minha casa sobre o sonho
e protegi-me de sol e chuva
sob a emoção
na fonte
por onde sibila o vento
e sopra o que lhe convém

sonhei que navegava
ondas de percepção
de onde estive pressentia
o apelo da manhã
sob tênue sol
que me aquecia

se eu soubesse então a reverência
do sonho submerso no real
não viveria
nem sobreviver conseguiria
frágil que fosse
à verdade que me consome

Londres, outubro de 2008.

SENSAÇÕES TARDIAS






lábios trêmulos
ausências mansas
muita gente sombra

o silêncio emocional
esconde a alegria
que partiu

neste intervalo
tudo pouco importa
nem desamor

a véspera de não ser
é frágil
é lembrança e é passado

tudo pára
quem importa já não vê
o visível sentido do que tudo se tornou

resta pouco
corro atrás do vento

Londres, outubro de 2008