sexta-feira, 12 de setembro de 2025

DIVAGAR DEVAGAR

 

como se conhecesse o futuro
vejo o presente no desestímulo do confronto

nada em mim me convence que deixemos sendas do sucesso
reafirmado e confirmado no passado
pela novidade em que há verdades
mas hoje o caminhar principia na incerteza
pedras existem no caminho

várias pedras a apedrejar o mundo
e ansiosos consagramos teorias
sem princípio ou fim
somos maiores do que pensamos mas não tão grandes quanto nos fazemos

temos o dever de proteger a beleza da autonomia
é a verdade do que sempre fui e trago em mim
consistência prudência na diversidade da multiplicidade
não para fazer todos iguais mas reconhecer identidades
não há certezas

nada há de verdade
apenas suposições que atravessam os caminhos
que não são dois
trazidos alguns de outros mundos
e nem por isso ilustram a necessária realidade

vencer por nós
essa é a verdade mirando o passado
para reafirmar a força que nos trouxe até onde chegamos

Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2025
poemasinconjuntos.com.br

RETOMADA

  

nada
talvez na praia onde só o marulhar se ouve
imagina esse arrastar de águas do sem fim

sonho com o que sou na lentidão do vai e volta
um ritual conta a história
e quem me pode dizer onde está meu pensamento
busco ser consciente e experimento um ritual da natureza
que me faz lembrar hesitações
discussões estéreis
minha mente
sou quem não viveu e duvida no sono da quase manhã
apenas quero ser eu mesmo
ao despertar do sonho e do isolamento
uma nova consciência
uma razão
uma certeza
ou adivinhar o que me dará de volta a vida

Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2025.