te escrevo poesia como quem dorme
deixo atrás pensamentos
suspendo a rotina
cessa a ciência
a ideia voa no sono
sou eu e nenhuma consciência
despede-se a vontade
nem amor nem ódio
tampouco tristezas
às vezes alegrias
mais nada
palavras
é quando nada vejo
e só comigo
desamparado
indiferente
aguardo a frase desconhecida
que se revela em sonho
como tu és
não produto do que sinto
nem razão
mas poesia
Rio, agosto de 2013.