sábado, 11 de junho de 2011

ARCO-IRIS





este poema é canto
canto chão
este poema é vida
de exaltação
este poema é triste
na lamentação
este poema é tudo
de quando nasce
da imaginação


o poema é água terra e ar
quando flutua mar 

e se agita

quando canta o barco
a navegar escolhos
de pedras e palavras
da injusta condenação


este poema é sol
que encanta a gente
sob o arco-iris
entre tênues núvens 
em lágrimas de solidão


este poema é salvação




Rio, junho de 2011



A DOIS



sei que existe o caminho
e que o trilhamos sós
solitáriamente


reconheço-o a cada passo
sou quem sou a cada passo
já diferente


o mar que ladeio é oceano
cheio de mistérios
assustador se não o encaramos


é tudo um sonho
um sonho teu
um sonho meu

mas penso em ti na caminhada
pressinto teu perfume
um cheiro de presença que renova 


que música ouvimos
que nos toca
que idéia juntos nos conduz?

passado o tempo
o espaço se reduz e no entanto
não te apercebes do tanto que andamos


não te dás por mim
diante do oceano
mas caminhamos

o tempo alia-se ao espaço
estabelece o ritmo
de cada passo

o mar parece igual
mas iguais não somos
como cada onda que derrama


a caminhada nos desperta
e nos refunde
na descoberta

cadenciamos quando sentimos 
não estamos alheios
somamos  


enleados no sonho 
já não há dois sonhos 
no sonho teu agora meu


Rio, junho de 2010