regresso ao dia e vivo a alegria
de sentir-te presente como chuva
que umedece o seco de meus dias
estás aqui no verso e no anverso
de tudo que escrevo e do que penso
neste inesgotável universo
como tudo que nele se contém
ventos e auroras boreais
o equilíbrio ainda se mantém
palavras decifradas uma a uma
tremem luzem choram esplodem
como lamento de lobos sob a lua
o que espero das forças que se batem
flutuando no limite de meu corpo
já nem sei espero que se atem
há tanta coisa que não sabes
desta chuva de gotas orvalhadas
e muito mais entre bens e alguns males
por um momento fazes-me viver
não estou só parece dia
nos teus chamados pronto a reviver
olha os rios que descem ribanceiras
são mesmo rio em águas diferentes
sou eu que fico no molde das pedreiras
Rio, agosto de 2010