domingo, 30 de agosto de 2009

SOLIDÃO








o pensamento sonolento
estremece a gaivota
e o mar cinzento a consome

não sei onde cheguei
estou sentado em duro banco de pedra

olhos sobre ondas revoltas
tão diferentes das de ontem mansas
acariciando peles morenas

este é um dia quase sem memória
onde tudo se repete
e o teatro marinho acrescenta solidão
em palavras
pronunciadas entre lábios fechados
sem melodia

o vento age e traz o medo
do que está por vir
viverei sem me ferir?


Rio de Janeiro, setembro de 2009