quarta-feira, 18 de junho de 2008

ESCREVER VERSOS



ninguém lê meus versos
mas insisto quando sinto
in-tui-ti-va-men-te
o desejo de escrevê-los

talvez nada digam
talvez digam tudo
talvez maus sejam bons
ou vice-versa
mas pereçam bem sem nenhum mal

cada um tem sua razão
e talvez sua beleza
mas não me escondem
nem me revelam

escrevo-os como espelhos da memória
às vezes da lembrança
como um rito

agrada-me a idéia de que passem
na ironia de escrever
e deixar soprar o vento


Londres, junho de 2008.