quinta-feira, 1 de março de 2012

NETOS DE UM AVÔ CORUJA



penso nessa história de ser avô e na velhice que está nela 
só a vaidade não reconhece
sou hoje jovem a redescobrir o prazer
diferente mas presente
Lucas e Pedro envaidecem 
um pelo pinto circuncidado 
outro pelo saco roxo
tudo na dimensão que promete satisfação

as meninas são tão queridas 

uma elegante nos gestos
loirinha paulistana charmosa
linda desde criança
outra um azougue
tão linda quanto a primeira
moreninha carioca praiana
estou completo

a avó dirá por ela
está radiante
voltou a ter vinte anos

Rio, primeiro de março de 2012.








DIA E NOITE



o dia avança inapelavelmente
nunca foi desmentido
nas madrugadas precedendo as manhãs
claro


palavras como ondas   
insistentes voam  
entre sonho e realidade


busco à beira de meus versos
na solidão de meu dia
minha ilusão  


à noite sonho


entre sombras na esquina
persigo o beijo 
impaciente 


tudo no lugar
a esquina o sol e o claro
sigo e tropeço 
na esperança


é dia ainda
a noite não tarda a chegar


Rio, fevereiro de 2012.





AMIGOS



a manhã acompanha o sol
e segue a terra
rodopiando 
no vazio sideral 
é impossível mudar


a noite se foi
não se foram as convicções
os amigos espero encontrar
sempre no mesmo lugar


eu precisava dormir


Rio, fevereiro de 2012.



  

CONVICÇÕES



tenho amigos e convicções 
de uns sou diverso
com outros converso
mas a noite é longa 
eu preciso dormir




Rio, fevereiro de 2012.