quarta-feira, 2 de maio de 2012

ASAS OU VELAS [VELAS E ASAS]



asas voam liberdade
a claridade inviolada 
como velas navegam 
altas e brancas
a rota sem rumo
de não chegar ao fim


em voo não há brumas
à noite nenhuma solidão


flutuante entre o que fui
e o que sou
vejo o mar 
e horizonte ao fundo
espaço sob azul
velas e asas nada mais


navego onde termina o tempo
tudo somei nada perdi
consciente da brisa que me eleva
e sopra ainda 

se medisse sentimentos
mediria o sol que me ilumina
o céu aberto
assim na curva imaterial da alegria 
presente


tão jovem tão velho tão gente
vou que a curva é da descida
neste voo de chegada
a um lugar que não sei
velas enfunadas
asas 


o que sei deixo no espaço 
vazio de meus versos


Rio, maio de 2012.