asas voam liberdade
a claridade inviolada
como velas navegam
altas e brancas
a rota sem rumo
de não chegar ao fim
em voo não há brumas
à noite nenhuma solidão
flutuante entre o que fui
e o que sou
vejo o mar
e horizonte ao fundo
espaço sob azul
velas e asas nada mais
navego onde termina o tempo
tudo somei nada perdi
consciente da brisa que me eleva
e sopra ainda
se medisse sentimentos
mediria o sol que me ilumina
o céu aberto
assim na curva imaterial da alegria
presente
tão jovem tão velho tão gente
vou que a curva é da descida
neste voo de chegada
a um lugar que não sei
velas enfunadas
asas
o que sei deixo no espaço
vazio de meus versos
Rio, maio de 2012.