sexta-feira, 4 de março de 2011

FADO






onde vou onde me levas
esperança?


Rio, fevereiro de 2011




GRITO







tua vida é um grito que não grita
o cruel de tudo sem razão
tudo querer e nada ter

o silêncio do mundo
não deixou opção
era ser o que fostes ou nada ser

sempre a fuga a limitação
de muito cedo encontrar
formas impuras de expressão

o bem que te negaram
foi sentimento e pudor
tudo foi a recusa do amor

Rio, fevereiro de 2011.






CARÁTER







tu sempre fostes quem és
tua essência tua alma teus sonhos
teus pecados pecados foram

eu não procuro o passado
desprezo a fama
dos atos que te difamam

quero-te agora
tal como és

a velha estrada acabou
na curva de tantos enganos
tudo que me doía
do tudo que então perdias

não te interrogo
conheço
confio

como vento que passa
deixastes atrás teus enganos

despe-te agora
mostra quem sempre fostes
tua essência tua alma teus sonhos

Rio, março de 2011.





PERGUNTES







que rumor ouves na noite
quando não te cantam os sonhos
que juventude te resta
se não os sabes cantar

Rio, março de 2011.




CAMINHO






qualquer caminho não define a vida
que da nascente se destina ao mar

Rio, março de 2011





VAZIO







tiro meu verso do vazio
da minha saudade amanhã

estou como se fosse um rio
que não tivesse mar
onde ansioso chegar

Rio, março de 2011.




HESITAÇÃO






o desejo hesita
no amanhã sem você

Rio, março de 2011.