quinta-feira, 26 de abril de 2012

REDESCOBERTA



ah como eu queria outra vida ter
não no etéreo onde não irei
mas na terra mesma
onde te encontrei


é como gente que eu bem queria
pelo perfume descobrir a flor
a beleza dela outra vez viver
e em meio ao mundo redescobrir o amor




Rio, abril de 2012.


FIM DA TRILHA



calo-me ainda que meus lábios queimem
mas hoje se mo pedissem 
um pouco mais 
diria 
do medo de perder-te
vida


que é encanto é claridade é música
onde a natureza canta
em cada letra sua beleza toda
escutando o vento 
e o mistério que seu soprar nos traz    


não é pela árvore que a floresta encanta
mas toda ela 
e o saber do mundo  
o mundo todo em que o amor é lei


é pelo regato que descubro o rio
a seguir-lhe as pedras vou chegando ao mar
sou filho das águas tateando o chão


no fim da trilha
amo o que tenho 
amei o que perdi
dialogo com o coração
e peço
piedade que a terra também morre
Rio, 25 de abril de 2012.






 

O FIM DO MUNDO [II]



* * *...nao nao sinto o fim do mundo* *não me perdi para a vida* *que na idade parece interrompida* *às vezes quando o sol se põe* * * *tivesse nada conhecido* *a ninguém amado* *ainda assim passou por mim* *a juventude* *memória de alegria e de ternura* * * *quem hoje sou ainda é jovem* *que me encanta tudo* *no que descubro* *da beleza quando nasce o sol* *ou quando reluz a lua* * * *e cada dia repete* *o irrepetível sentimento de estar* *em meu lugar* *o mais antigo* *o mais recente* *onde posso ingenuamente amar* * * *Rio, abril de 2012.* * * * *