quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A LUZ DOS OLHOS MEUS





[assim calmo esperei a sorte ou o destino no instante que morreu]




...há um instante em minha vida
em que deixei a alma
senti meu corpo
e descobri um deus que havia em mim

não era outro o que vi nessa descida
subindo por estrada conhecida
para além da curva
encontrar tudo o que sou

por toda a vida retornei a esse instante
na busca do que há e que não sei
tudo o que fui
no longo tempo só feito de momentos
de feitos e desfeitos

a luz que me ilumina a sobrevida
é parte desse corpo
sem alma mas vibrante de paixão

assim o tempo perde a densidade da razão
e vive a verdade em plena claridade
dos olhos de meu corpo
atravessado pela luz desse meu deus


Rio, fevereiro de 2010