sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

SEREIA

sempre esperei uma sereia
na pedra do Arpoador
viria do mar, esguia, olhos azuis

não há razão que impeça uma sereia de vir
a brisa do sudoeste às vezes é vento
a brisa é úmida e o vento seco
se a natureza fosse perfeita
uma sereia não seria uma metáfora
mas parte do mundo natural

anos atrás eu pensei ver uma sereia
golfinhos quando as ondas grisalhas chegavam à praia
e eles traziam alegria
mas nenhum deles tinha a beleza de minha metáfora
e eu continuo à beira mar
junto das pedras
escrevendo minha canção de amor
apaixonadamente

Rio, fevereiro de 2014.