quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PAZ



revendo o presente reconheci o passado
de revolta diante da incompetência
à margem de Cronos carregando as lembranças
da ilusória Paz que por isso não reina 

um após outro mísseis a atingir foguetes
em sua viagem dolorida pelo espaço da destruição
do que podia ser diferente
se qualquer dos lados assumisse a racionalidade
e a dois revissem a iníqua realidade

a iniquidade está na razão humana a serviço do irracional
raciocínio de que o ataque é instrumento de defesa

será não combatendo homens que homens
soerguerão o Olimpo de seus deuses
a reconhecer sua identidade

Paz não é a torre de marfim de homens superiores
mas a liberdade entre iguais
é tempo de aprender como fazer vencer a vida

Rio, agosto de 2014

terça-feira, 5 de agosto de 2014

PALAVRAS



palavras são tão poucas
a sete chaves erram
em sete montes
no eco transtornadas loucas
tão aparentes tão presentes
progresso por vezes retrocesso
pairam no ar sem viração
ou vento que sopre o coração
ausentes palavras dos deuses vozes
tão breves a vida não descrevem
tão densas tão áridas esfinges
quantas dormem finges
a mesma vida e o destino
para entender pouco
e gritar rouco
o humano desatino 

Rio, agosto de 2014.