sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A VIDA BELA







...sustenta-se na esperança
o sonho curto do futuro
e nada digo porque vivo
a vida bela
que cantar não posso
inseguro
o que não posso ser
e vivo por temer perder
a razão
o corpo
e sem apelo alma
repartida pela terra
entre amores
alegrias
desejos
simpatias

prazeres em outros encontrei
sentimentos de que nunca me livrei
desentendimentos que apaguei
para poder passar os dias
de hoje quase ontem
tempo a que a mim mesmo dediquei

canção sem tristezas ou desgostos
amor o riso o gosto
tudo é alegre que se mude
sim por querer
cantar e ter

nesse tom brando
foge a idade e toda gente
cada palavra dedicada
e um rumor distante

os dias sucedem outros dias
caminham os céus no horizonte
o sol a lua sol e lua
enquanto amei
os anos de passar o mais da vida

mais vale a esperança
tão curto tão sonhado tão vivido
o que de mim me escapa
mas tenso vivo


Rio, janeiro de 2010