quarta-feira, 8 de julho de 2015

SONETO DA ILUSÃO




tudo quanto sou pertence ao passado
do que fui distraído no caminho
inconseqüente em longa viagem
nada criei no deserto do aquém

o tempo pusilânime e vazio
matou o futuro impiedoso e vago 
de que o presente é como um rio 
cansado espraiado e frio

sigo adiante desconhecendo anos
paralizado e roto de tudo que sonhei
já nem sou mais eu despedaçado

de tudo clamo desenganos
um tanto sonolento esfarrapado
do que perdi no parque de ninguém


Rio, julho de 2015


sábado, 4 de julho de 2015

O QUE SERÁ




o que passou é quase tudo 
causa para continuar
essa descoberta do futuro 
logo ali

o que sou versus o que não serei
lapso de tempo 
que me dói
deixando na sombra do passado
o que foi

Rio, julho de 2015