sexta-feira, 24 de junho de 2011

TEU PRIMEIRO BEIJO





para Maria Luiza, 
minha mulher


suave é viver ao teu lado
acariciado e amado
enquanto ouço distante
o duradouro canto do instante


entre o gosto doce daqui
e a melodia de lá
vivo o gozo de ser eu
a merecer este céu  


amor sempre fui teu
desejei-te antes que soubesses
o bem que em ti amava


o primeiro beijo que me destes
fez doce aquele instante meu
foi  dom que a vida prometeu


Rio, junho de 2011



UM DIÁLOGO. POÉTICO?





nem parecia o fim
[e não era, dizia ela]
talvez com Omeprazol
Antak acabe esse ataque
azia má digestão...


carái como dói
ah! nem tanto vc vive dizendo
que dói aqui ou ali
vai ver e mais uma das suas...
sua mãe morreu aos 90


sim mas era mais santa
e isso conta pontos no final


o fato é que dói
você exagera, toma o Antak e sossega
tao cedo ninguem daqui nao te leva


quem a morte?
ninguem ninguem


nem o amor que conquistei na esquina?
uma mulata sestrosa bundão
deu mole
vou topar de coração


olha que ela leva


que leve e leve logo
pega a mala maior
assim garanto um dia ou dois sem queixumes


aff nem dor posso ter
nao fosse pela Alice ia pra Caxias
e lá ficaria
as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá




bem vou caminhar dar um passo
que a garoa me pegue


que garoa?
no Rio tem chuvisco
tem garoa não


bem pego a garota
não me arrisco
escrevi errado faltou um "t"


mas dói vou ao shopping me esbaldar


do shopping pro médico
caminhei sem sofrer
não achei que fosse morrer
até o elevador
daí veio a dor
merda! carái!


rapidin fui atendido contei
longa história
omeprazol antak
sal de frutas ENO
veneno


o xará que era o médico não deu chance
daqui você vai ao exame de imagem
deixa de sacanagem
o tronco esquerdo entupiu


e lá fui... nem à esquina nem a Caxias
direto pro bisturi
resolvida a xarada
duas safenas duas mamárias
e a sestrosa para acarinhar
o tronco


e me levar pra ver povo do Jardim Gramacho
a torcer por "sucessagen"
onde o meia-atacante é o Fabbinn
rubronegro meu anigo
joga também o Alex  e ainda o Rafael 
na zaga o Gabriel e a gurizada toda
que me faz a alegria


passou a dor e a azia...




Rio,  junho de 2011







A safena? Que pena, se foi!




o sono de quem não tem sorte
andou por perto
e eu estava desperto

de repente tudo diferente
é apenas o que sei...
nào...nem foi assim
quando me dei por mim
com toda tranquilidade
fui procurar a verdade

na vida tudo foi sorte 
ou o que a sorte me deu
nunca pensei na morte
mas nos amores meus
e nas coisas guardadas comigo

sim...era isso vieram
à lembrança os amigos
e uma dorzinha esquisita
corri doeu corri
foi tudo que senti

o médico sempre atento
deitou-me e olhou
virou revirou
operou
e lá se foi a mamária
substituir a artéria
de que é a mesma matéria

buscada mais longe a safena...
que pena
o lanho que na perna abriu...

tudo feito
suspeito
que a hora da morte
passou perto e
salvei-me por certo

que bom estou são
e descobri
que tenho coração
vou pra casa amanhã

foi sorte
a dorzinha chata que me pegou
não maltratou
e estou novo
de novo

continuo amando tudo
a vida a sorte até a morte
loonge
que ;onge fique
ainda tenho pique

e sobretudo 
os amigos em quem apostei
ganhei 


Rio, 24 de junho de 2011