quinta-feira, 28 de setembro de 2017

CANÇÃO DO TEMPO




é gradual sentir os anos
as noites curtas
e que os dias voem

é natural o frescor da brisa 
no soprar suave 
de tornar-se vento
a acelerar o tempo

assim entendo o que hoje sou
e o depois
enquanto a brisa ainda ligeira
sopra
e o vento 
zune 
distante

aparentemente

tudo é movimento
o voar silente do pássaro
e a comparação
entre o que é só metáfora
e o que for poesia

é feliz o tempo da constatação
é movimento a emoção
assim o sou a sós comigo

esta é a canção do tempo
e da solidão

Rio de Janeiro, setembro de 2017.