domingo, 12 de setembro de 2010

DESESPERANÇA ESPERANÇA





com grande esperança cantei o canto da esperança
não a matei que ainda vive
de meus pensamentos
mesmo que "o breve ser da mágoa" pese-me
mas me resta a vida

entretanto choro porque chorei o que cantara
no princípio da desesperança
na grande dor de ver a mágoa fluir de enganos
de tanto sentimento

"o que inda que mágoa, é vida"

nada mudou do que importa
o amor ficou
e quando é grande move-se
consente na doçura da vontade
"que nunca se poderá ver apartada"
de um e outro no sonho de viver
o que há-de vir
para reconstruir da esperança débil
que se aloja na beleza da alma
e vôa o sonho das aves
com espaço e liberdade
para viver o dom da vida
de amar o verdadeiro a verdade o amor inteiro
e fluir na direção do que deve ser
do presente que é criança e será homem
sem esquecer de nada esquecendo tudo
para crescer e ser feliz

um amigo é beleza para sempre
às vezes o deserto mas verdade
sempre água e lealdade
o amigo é beleza renovada

quando o temos há beleza no presente
e será mais nova a beleza do futuro
onde há luz
e esperança
se sabemos perdoar
e queremos reviver a esperança
teremos tudo
e a alegria da beleza para sempre [beauty is joy forever - Keats]



Rio, 12.09.2010