domingo, 28 de setembro de 2025

SER POETA

 

nem sou poeta nem me proponho a ser
letras compõem o que de fato sou
e escrevo porque não tenho escolha
sou sempre eu mesmo nem alegre nem triste
acordo ao sol e dele faço opção
brilha e sinto o impulso de escrever
sem nada novo exceto a luz do dia
e minha íntima alegria
as noites passo sem imaginar o claro
obrigação de definir o que pensar
assim descubro a vida e descrevo tentativamente o mundo
trazendo comigo o sentido de viver
penso no que parece ser verdade
sem qualquer tempo ou idade
e o pensamento passa como as águas de um rio
para encantar mas não para ficar
não conheço se há verdade nos meus versos
sequer se há poesia no que dizem
mas a compulsão do sol me expõe
a arriscar sempre e escrever.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2025
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