domingo, 10 de janeiro de 2016

DAS ONDAS DO MAR



da janela o mar 
diferente
que flui em ondas viris 
encalpeladas no ar

os tempos ligeiros 
não lembram ondas passadas
cinzentas grisalhas esparramadas 
razas tardias
na areia da praia amansadas

nem erro nem solução 
o que já foi passou
águas paradas no acaso 
jazem perdidas  
liminarmente vencidas

não há vida nem sopro de brisa
paradas quedaram 
paradas ficaram
para sempre esquecidas

a lembrança é brisa 
vestígio apenas
da memória perdida
melancólica
assim esquecida

Rio de Janeiro, janeiro de 2016. 












sábado, 9 de janeiro de 2016

FELIZ INSTANTE DERRADEIRO





Feliz é o momento
vivido 
como instante encantado
onde o sentimento é teu

e o bem presente

amanhã não existe
mas o instante dado
sem olhos no futuro
ou memória do passado
flui feliz dentro de ti

o bem presente

a soma de instantes 
de cada um consigo
vive em nós
imperceptivelmente
sob o nome
no derradeiro instante
indesejado
momentos infelizes
fingem passado

como a dor sentida
não existem
no verdadeiro instante
quando pressentimos a súmula 
dos bens presentes
da felicidade

Rio de Janeiro, janeiro de 2016







quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

CARPE DIEM




amanhã flui hoje de ontem feito
não me diz nada do futuro
nem o que pode ser o presente

desmedido é o tempo 
no lugar que habito
aqui tão perto tão ausente
desmemória de tudo que sou feito

esse é o momento
instante pronto desfeito
do que foi ontem
intuitivamente hoje

a frase circular
para dizer tão simples
que vivemos um instante 
agora

Rio de Janeiro, janeiro de 2016