para Nydia que faz anos
de novo
finjo eu
fingimos Nydia
todos neste mesmo lugar
"onde se pensa ou sente"
não podemos calar
o poema é o que nos resta
neste estranho ofício teu e meu
no setembro ou no dezembro
são sílabas e letras
fingindo o que fingimos ser
desfiando idéias
por vezes pensamentos
outras sentimentos
o enigma esconde o poema
entre a bruma e o sonho
de um momento
e voa
meu é o momento
à sombra do pássaro
que dele é o espaço
o meu é fingimento
Rio, setembro de 2011