terça-feira, 13 de agosto de 2013

TUDO E NADA



por vezes o mar escuro* noite a dentro
é abismo onde me afoga a solidão
do fim de existir
busco a razão de chegar onde cheguei
nesta planície quando pouco resta a desvendar
exceto o mistério de tudo
e a validade do nada

é muito pouco para continuar a viver


*diante de minha janela

Rio, agosto de 2013



PASSAR PASSANDO



o rio escorrega pelas pedras
leva o segredo bem guardado
de passar rondando poços
lento quase devagar

por quê apressar
se a planície é rasa
e o homem nem presta atenção
as águas sabem onde vão

Rio, agosto de 2013