quarta-feira, 15 de março de 2017

SONAR




desde um útero de ruídos
há contato com o mundo 
externo ao feto mas buliçoso 
que nos dá à vida

mesmo os meus pensamentos
que dão inteligência à pedra
dialogam a linguagem da imaginação

o vento que sopra do mar assovia
a brisa chora
o marulhar das ondas esparramadas
tudo fala
e me sinto vivo porque ouço

a liberdade é nossa
de amar o que no outro reverbera
e a solidão da vida retempera
no calor do fogo que crepita e estala
para encher os dias de alegrias

identidade é o amor que grita o sentido de meu verso
assim quem sou no nexo das palavras
a transformar virtual em real
na rota de entender os sons
reta como o sonar do que vai
e sempre volta

Rio de Janeiro, março de 2017

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