segunda-feira, 27 de junho de 2011

LAMÚRIAS DO AMOR





"...não te posso obrigar a amar" [1]
essa é a idéia isso é o que sinto
o que penso e não minto
não me agrada quando o silêncio
de tua voz ensurdece
e não tenho conclusão
sobre se choro ou se finjo
que me falta o coração


"no me gusta cuando callas" [2]
depois que passas e não me vês
calo-me no desprezo
que de mim tem teu desamor
ser ou não ser já não me importa
se o que tenho é indiferença
se o que resta é a própria dor


Rio, junho de 2011.




[1] Fernando Pessoa
[2] Pablo Neruda

INDAGAÇÃO






qual o instinto que me liga a você?
que sentimento indistinto 
tanto maltrata quanto vê
um afeto novo
uma forma de ser
assim em meio ao povo
que não posso esquecer?


Rio, junho de 2011.



SONHO VIVO ou DEPOIS DA PONTE









ah esperança! contigo vivo desde criança
ouço teu canto e sempre me encanto
ah se tu não estivesses comigo
eu não teria nem um amigo


o coração é antigo
tranquilo no sonho vivo
a alma inquieta
com meus cuidados
logo se aquieta


quem sou? sou o mesmo
só a ponte é nova
sobre o risco ido
qual seu sentido?
ser
reaprender a viver




Rio, junho de 2011.