quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

METRO DA BARRA




pois é 
não estou só
tenho comigo minha consciência
tenho visão tato e paixão
tudo isso em coexistência
pacífica
com momentos de reflexão

a quietude não é silêncio
ajuda no passeio de mim comigo mesmo
sem projeto sem programa
aposentado
de pijama ou de pantufas
nu

não discuto o absoluto
parece que existe
no radicalismo dos narcisistas malignos
onde não há poesia
mas ingratidão quanto à vida que viveu

tudo é real
como as vozes da nona sinfonia de Beethoven
ou o segundo concerto de Mahler
ou o samba de uma nota só
de Tom

o silêncio brota das profundezas da mente
quieto como sói
e vai longe como o metrô da Barra
mas não chega 
para
no meio do caminho
onde há uma pedra

Rio de Janeiro, fevereiro de 2017