domingo, 19 de janeiro de 2014

SOLIDÃO



risca a escuridão raio fulgurante
arranha o mar reduz a noite rasga o horizonte
ribombam trovões tonitroantes
irrompe o medo

o planeta circunavega o sol
estrela dominante
o horizonte trepidante
na tempestade relembra deuses irascíveis

à beira-mar a pouco e pouco o mar acalma a ira
ainda intimidada à luz da Lua 
fica apenas negra a solidão

Rio, janeiro de 2014.





VIAGEM



o horizonte incandesce com a tempestade distante
incendeia por instantes seus espaços
transparecendo sombras inesperadas
chalupa e ilhas e medo do desconhecido

raios decompõem a unidade
quebrando a linha fina da maré

zune a quebra do vento em direções suspeitas
acentuando o sopro de um jato
levando a matéria dos meus sonhos a erma estrada
desconhecidos

Rio, janeiro de 2014.

TEMPESTADE



raios riscam o céu em direção ao mar
o escuro brilha a energia dourada
revelando nítida a linha do horizonte distante
e deixa nuas sombras das ilhas próximas
houvesse uma realidade ilusória
e a escuridão aberta em ouro e branco a desmascararia

é impossível abandonar a certeza da energia cósmica criadora
essa é matéria dos deuses

Rio, janeiro de 2014.