segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

FALSO DILEMA



à direita à esquerda 
vejo as brumas do passado
repetição e drama

sinto o tempo
permanência em mim
e sei que dezenove não difere de vinte
mas aproxima o fim

ser e viver o mundo são meu verso
em meio à desigualdade e medo
diante daquele que diverge
do natural  

amar é modo de sobreviver  
em terra ou na imensidão do mar
aos setenta e nove
renascido 
celebro ainda a liberdade

olhando para a frente
nasce outra criança
chora mas aprende a sorrir
para a novidade do mundo
livre

escrevo estes versos para superar o trauma
ao longe o mar é mais azul
e o horizonte deseja o sol

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2019.