sábado, 10 de abril de 2010

FRÁGUA









se buscar o bem é mal do amor
o tempo desigual é força natural
que afasta a dor

e o homem insensível que não sente
o vento teme o tempo

ah porque perdi-me o pensamento
que das entranhas lembra a mágoa
dos que choram a queda das montanhas
e em lágrimas vertem sentimento
do amor que se perdeu em meio à água
na dor que os abateu em desconcerto?


Rio, abril de 2010


DEPOIS DO TEMPORAL








há um ritmo na manhã que tarde floresce sobre aquela pedra
onde respira verde a vida e azul é o céu de poucos brancos
embora seja outono o fim das águas lembra o inverno
tão raro em meio à leve névoa que separa o horizonte

a vocação do mar é ser grisalho na ressaca da bebida de uns dias
lambendo a praia exausta
as energias brotam naturais na retomada da alegria
que o sol tímido prenuncia

não me perguntem a mim mas aos deuses
por que a eternidade da beleza também mata...


Rio, abril de 2010 [depois do temporal]