estranho o ofício do verso
a buscar em vão
o que está à mão
o poeta pressente a dor
a morte e o perigo
vive os tormentos do amor
estranho trazer comigo
essa percepção
é como se não soubesse
a música do vento
estranho o vento
entre a poeira e o sono
onde não entra a razão
estranho escrever em versos
Rio, fevereiro de 2010