sábado, 13 de fevereiro de 2010

ESTRANHEZA









estranho o ofício do verso
a buscar em vão
o que está à mão

o poeta pressente a dor
a morte e o perigo
vive os tormentos do amor

estranho trazer comigo
essa percepção

é como se não soubesse
a música do vento

estranho o vento
entre a poeira e o sono
onde não entra a razão

estranho escrever em versos


Rio, fevereiro de 2010