sábado, 7 de junho de 2008

67 anos




aos sessenta e sete anos arrisco a ironia
estar morto e imaginar-me vivo
na indolente faina de escrever
palavras ignorando idéias

o outono é a última estação
antes do inverno que congela
de modo silencioso e persistente
ondas da hesitação ora de dúvida

o homem conhece seu destino
e não se lhe opõe nem o nega
pois o poema nesta tarde é vida
mais além de sua pena


Londres, junho de 2008.