sexta-feira, 13 de junho de 2008

TUDO OU NADA?




por que longe
por que perto
por que nunca
por que sempre?

o que sei
do infinito
ou do finito?

é a vida nada
é a vida tudo?

o mistério é tudo

Londres, junho de 2008.

ECO [2]


Escrevo como quem grita
para sentir o silencioso eco
que não vem.

Canto como quem chora
para molhar os olhos secos
que não vêm.

Talvez me falte o tempo
talvez a voz
talvez o olhar
mas cer-ta-men-te a inspiração.

Londres, junho de 2008.

ADOLESCÊNCIA


ouço por vezes um rumor adolescente de saudade
e sinto como se o tempo não ventasse
e o vento incessante cessasse

haja outono haja inverno passe o tempo
mas que à véspera de nascer
o canto possa cantar
o primeiro som o primeiro sol

sinto ainda o menino frágil
a mergulhar na vida
sonhador
nesta saudade que me embala
como a folha outonal que desfolha
dourada e preguiçosa
e pousa ...


Londres, junho de 2008.