quinta-feira, 10 de setembro de 2020

PENSAMENTO DE UMA NOITE

 

quando a noite desce 

e escurece

tenho a memória

de toda minha história

vêm-me lembranças

pensamentos

sentimentos 

culpas 


na emoção inquieto

já o vento no entanto é brisa 

que se amansa com o tempo

mas nada é mudo  

nem cala ou menos feliz despreza 

o que vivi como criança


no cárcere recluso

por trapaça do destino

tudo não digo mas bem me lembro

dos muitos que passaram

e dos que me vêm à mente

na calada alegria de algumas milhas perto 


noturna só tenho amiga sufocada solidão

e no silêncio fujo

da indesejada sorte


Rio da pandemia, setembro de 2020.

[www. poemasinconjuntos.com.br]




FATALIDADE

 

tem o mar tanta ternura

ao declinar o sol no horizonte

vermelho embora

enquanto a placidez do horizonte ainda azul

tinge a dourar-se


essa a visão posto à janela

que me encanta  com a lua mágica que desponta

a perseguir o calor cadente do sol


a passagem dos dias para noites mais frias

soam meditação após um sonho

etapa

que a noite escura me aponta


a solitude me faz pensar

no infinito

não me julga indivíduo no escuro de mim mesmo 

mas parte do universo

no mistério de um princípio 

sem fim


o tempo espreita a passagem

e me expõe à memória

de dias e noites

de sóis e luares

da beleza de momentos

passados    


tudo é melancolia

à espera do futuro incerto

madrugada funda da noite

conquista imersa na fatalidade


Rio da pandemia, setembro de 2020