tem o mar tanta ternura
ao declinar o sol no horizonte
vermelho embora
enquanto a placidez do horizonte ainda azul
tinge a dourar-se
essa a visão posto à janela
que me encanta com a lua mágica que desponta
a perseguir o calor cadente do sol
a passagem dos dias para noites mais frias
soam meditação após um sonho
etapa
que a noite escura me aponta
a solitude me faz pensar
no infinito
não me julga indivíduo no escuro de mim mesmo
mas parte do universo
no mistério de um princípio
sem fim
o tempo espreita a passagem
e me expõe à memória
de dias e noites
de sóis e luares
da beleza de momentos
passados
tudo é melancolia
à espera do futuro incerto
madrugada funda da noite
conquista imersa na fatalidade
Rio da pandemia, setembro de 2020
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