ah rio que me leva a vida
e deságua sem memória
no oceano de recordações perdidas
sigo-te sem me perguntar da fonte
sigo teu modo de ser água
onde toda lembrança se desfaz
sei que passas desfazendo gotas
na inútil sede de meus olhos
que se recusam a ver por não saber
donde vens
para onde vais
e curiosos sonham sonhos que se sonham
na memória de não lembrar
segue teu curso deixo-me estar
no lugar de não pensar
no que serás adiante
onde difusamente sei que estarás
Rio de Janeiro, dezembro de 2012.