domingo, 18 de março de 2012

A BUSCA DO SENTIDO



move-me o desejo de ser
parte do intervalo do poeta
para saber que pedra
que poeira no universo nos deu vida


fascinados pelo sol
escondemos o infinito na matéria 
como se fosse tudo


não sinto o tempo enquanto passa
mas Chronos não caminha
existe apenas 
na medida angustiada do finito
iludo-me com a ideia falsa da passagem
sou eu quem passa
o tempo fica 


sei que vejo coisas e vivo seres
atirados no aleatório do espaço
em movimento
que nesta frase são palavras
em busca do sentido




Rio, março de 2012.




MEUS VERSOS



não sei porque te falo
transbordo minha solidão
sonoras ondas


diante desta praia
ilhas que se vêem 
isoladas alheadas batidas pelo vento 
e a luz distante do farol da barra


são para mim os versos que escrevo
perdidos entre onde estou e a distância
vazia do mar escuro
presságio de tanta coisa
os sentidos 
a ilusão
e eu aqui a tua espera


sou tocado pela brisa
fresco sopro
vivo o momento
e os meus versos 


Rio, março de 2012.



O TEMPO E O VENTO




Éolo de todos os ventos sopra meu vazio 
deixa-me o tempo


Rio, março de 2012.




  

O MAR E EU


mar
o que me dás
estou vazio em tua imensidão


Rio, março de 2012.