domingo, 8 de maio de 2011

MÀE [um lugar comum]





[mães Iemanjá, Oxum Benedicta]




vagas no movimento em que ondulas
ondas recordam-me matéria da memória
no vai-e-vem macio em que te quebram
o vento e o mar para chegar ao raso
plano da percepção que temos
do amor e vida que o sentimento encerra


imenso oceano que o horizonte esconde
traz-me a esperança de que não me separo
a ensinar-me as ondulações desde criança
da existência inteira e proteger-me 
do sol ardente tempestades insistentes
nos altos e nos baixos
como fenômenos naturais da imensidão  da vida


surfar ondas celebrar nas cristas 
sofrer no vácuo 
resistir
crescer
singraram ensinamentos
da mãe toda grandeza
que me abraçou os sonhos de criança
para fazer-me navegar 
atravessado de alegrias e de medo
as lonjuras deste mundo
e sobreviver sem danos


neste teu dia guardo a memória
de teu amor e tua história


Rio, maio de 2011.