quinta-feira, 18 de julho de 2013

NOITE E DIA



em tons vermelhos o céu apaga o dia

alegrias e tristezas passaram pela estrada         
alheias através das horas
que o sol da manhã à tarde percorreu

ficção a lua que já brilha 

clara recolhe mágoas 
sombreadas vívidas mortas 
abandonadas
à lembrança fria que as viveu 

é mais um dia que a noite desafia

insepulto fogo fátuo 
no sonho de um sono não seguro
que desperta e dorme a hesitar


Rio, julho de 2013



PONTOS CARDEAIS



velas ventam a tarde azul
sopram silêncio no horizonte
refletem prata
e a maresia sob o sol
dourada

tudo em mim são elas e o mistério
da perfeição entre céu e mar
destinada sem estrada
exceto pontos cardeais


Rio, julho de 2013





PASSAGEM



o ruído pertence ao silêncio 
do que sou

crepitante o fogo continua a vida

na visão desassistida
do racional transformado em erma estrada

passo a vista sobre o dia-a-dia

e não alcanço a distância no horizonte
futuro sem guarida
e o passado a ilusão de haver sido

vão sentido de existir

o que sonhei não será mais 

o momento de chegar é a partida

não estarei outros não sabem
ou não cogitam
sei 
que em pouco não serei


Rio, julho de 2013