sexta-feira, 23 de maio de 2008

MACH is MO



idéiasquenãosãominhas
(mach is modis farça do)

manei rade diz erco mum aoutrosho mens
mulhe res mu lher
esahaaha mul
her espen samm ui tome nos.

nyc, abril de 2001

CAVALOS [divertimento]

cavalos galopam velozes velozes galopam cavalos galopam cavalos velozes galopam velozes cavalos
cavalos velozes galopam

galopamgalopamgalopam
cavalosca
va
loscavalos

cavalosgalopamcavalosgalopam

sonham cavalos de meus sonhos
sonham sonhos de cavalos
galopam velozes


NYC, agosto de 2000.

PERIGO




o perigoso é viver
sem vida não há perigo sem risco nem mesmo há vida
o risco é o perigo o risco está em viver


NYC, setembro de 1999/revisto em Londres, maio de 2008.

DÚVIDA



A dúvida sempre me pareceu o princípio de tudo.
Tive certezas entretanto e pouco errei nelas.
O tempo passou e minhas certezas, todas elas, transformaram-se no que vejo qual dúvidas fora do tempo,
justo no tempo em que tudo são dívidas do fim da vida, último alento.


NYC, junho de 1999.

POESIA



também a poesia é filha do mistério
vive de mantras
em que metáfora ritmo ou rima
são orações de um culto pagão
onde a beleza é necessidade
de que o fundamento é o mundo.

Não se espantem com meus conceitos
como o diabo de Pessoa vivo de símbolos
nada devo à ciência nem articulo razões
empenho a alma e talvez o coração
como qualquer poeta que sente com o pensamento
mas não crio
os seres [vários] que trago comigo.


Furto-me ao convencional aristotélico
perco-me na eloquência dos silêncios
que me povoam o pensamento
fustigam-me o sentimento
com aspirações e desejos
fadados a explodir como poema.

Assim o poeta é um velho adolescente
vive de lembranças às vezes tristes
sobre o anoitecer
mas agudiza a memória nas tardes
de muitos sóis
a preceder a suavidade das noites

lugar de todos os sonhos
contraditoriamente
a lhe trazer alegria.

Ora, não sou a verdade
sou o poeta
na tentativa de ver sempre claro
os contrastes [que] são o sal da vida
o amanhecer [que] é cada dia
e cada dia é poesia.


Londres, maio de 2008