tudo quanto sou pertence ao passado
do que fui distraído no caminho
inconseqüente em longa viagem
nada criei no deserto do aquém
o tempo pusilânime e vazio
matou o futuro impiedoso e vago
de que o presente é como um rio
cansado espraiado e frio
sigo adiante desconhecendo anos
paralizado e roto de tudo que sonhei
já nem sou mais eu despedaçado
de tudo clamo desenganos
um tanto sonolento esfarrapado
do que perdi no parque de ninguém
Rio, julho de 2015