inerme inerte desatento
já não escrevo
falta-me a arma da palavra
faltam versos
sobrevivo aos pedaços
sem conseguir ser outro
ser eu mesmo ou alguém
sou ninguém
deixo a quem um dia os leu
meus escritos mal amados
abandonados
ao descolorido azul do céu
mas espalham-se estilhaços
para talvez em algum lugar
galáxia perdida no universo
reencontrar-se em versos
Rio, junho de 2013