quinta-feira, 13 de junho de 2013

[DES]INSPIRAÇÃO





inerme inerte desatento
já não escrevo
falta-me a arma da palavra
faltam versos

sobrevivo aos pedaços

sem conseguir ser outro
ser eu mesmo ou alguém
sou ninguém

deixo a quem um dia os leu

meus escritos mal amados
abandonados
ao descolorido azul do céu

mas espalham-se estilhaços 

para talvez em algum lugar
galáxia perdida no universo
reencontrar-se em versos


Rio, junho de 2013